quinta-feira, 22 de novembro de 2012

OCULTOS - A insígnia da estrela nas trevas


Do lado de fora da janela do quarto de Alana a noite agourenta dava mostras de que algo ruim estava prestes a acontecer. A escassa luz da lua, já desaparecendo por detrás das nuvens pesadas, não conseguia afastar a escuridão que envolvia as árvores grandes que pareciam figuras monstruosas velando a casa vazia e toda apagada da moça.
Uma sombra vinda de algum lugar umbrático se espichava aumentando as trevas que envolviam o contorno pálido do sobrado branco. Não havia ninguém nas proximidades para perceber o que estava acontecendo, como sempre, a rua onde ficava a casa de Alana estava vazia, não havia carros, nem pedestres e as casas mais próximas ficavam há, pelo menos, cem metros.
Não era possível ver nada mais, não que Lana tenha ido olhar na hora de se deitar, mas se fosse não teria condições de ver sequer as luzes dos postes. Nada se movia, apesar do vento que uivava fraco na janela, apenas uma silhueta escura deslizava entre as varandas do segundo andar. Uma silhueta negra como a noite, maleável e pegadiça como aquele ser simbionte que possuiu a roupa do homem aranha. No começo tinha forma de uma pequena mancha cor de petróleo, depois passou a uma forma alongada como a de um lagarto negro reluzente, depois maior, como de um felino de médio porte de pelagem lustrosa e fúnebre, até passar para a forma humana, mantendo-se flexível, ágil enquanto se esgueirava traiçoeiro pelas redondezas da janela do quarto da moça.

Veja também o book trailer

https://www.youtube.com/watch?v=a1txr7OZsVc&feature=g-crec-u

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